17 outubro 2007
Dublin não será mais a mesma. Nem a Irlanda. O U2 acaba de apresentar o projeto da mais alta torre da cidade. Calma, calma... eles não estão entrando no ramo do desenho arquitetônico! O fato é que o U2 irá financiar parte do prédio, a ser construído segundo projeto de Norman Foster, escolhido depois de certa polêmica. A obra será iniciada no próximo ano e tem término previsto para 2011.
Lógico que a consciência social de Bono foi contemplada: além dos apartamentos de luxo e de um hotel cinco estrelas, a torre de 183 metros terá 34 apartamentos de caráter social...
E por aqui? Quem será que o Titãs iria contratar para construir uma torre? E o Detonautas? E os Fivers?
15 outubro 2007
Metabolizou...
09 outubro 2007
Blogmania arquitetônica
O Vivercidades acaba de fazer reportagem sobre os blogs de arquitetura. O Carbed, um blog americano, tem um milhão (isso mesmo, 1.000.000!) de visitantes/mês. Outros, como Inhabitat e o BLDGBLOG, não chegam a tanto mas não fazem feio: possui 350 e 150 mil, respectivamente.
Cá, no Brasil, não temos as estatísticas dos blogs da área. O Vivercidades publica uma relação de apenas seis blogs brasileiros: os pioneiros Escritório de Arquitetura Thobias(2003) e Architecture (2003); Tio Gegeca(2005), Falando de Arquitetura (2006) e o caçula Arquitetando ou Não (2007). E o Blog do Alencastro também, claro. Para completar as estatísticas da reportagem, abro os números deste blog:
Endereço: http://blogdoalencastro.blogspot.com/
Criado em agosto de 2006
Postagens: 280
Visitação: 5.370 VUs/mês (setembro de 2007)
E ai, os outros blogs não vão fazer o mesmo?
Cá, no Brasil, não temos as estatísticas dos blogs da área. O Vivercidades publica uma relação de apenas seis blogs brasileiros: os pioneiros Escritório de Arquitetura Thobias(2003) e Architecture (2003); Tio Gegeca(2005), Falando de Arquitetura (2006) e o caçula Arquitetando ou Não (2007). E o Blog do Alencastro também, claro. Para completar as estatísticas da reportagem, abro os números deste blog:
Endereço: http://blogdoalencastro.blogspot.com/
Criado em agosto de 2006
Postagens: 280
Visitação: 5.370 VUs/mês (setembro de 2007)
E ai, os outros blogs não vão fazer o mesmo?
Marcadores: Blog do Alencastro, Blogs de arquitetura
08 outubro 2007
"Uma ponta de flecha apontada contra..."(2)
Por essa, ninguém esperava: Hugo Chávez foi sensato! Desistiu de construir aquele monumento de Niemeyer em homenagem a Simón Bolívar, no alto do monte El Avila, em Caracas. Em seu lugar, será erguida uma escultura de Alejandro Colina.
Marcadores: Alejandro Colina, Caracas, Hugo Chávez, Niemeyer, Simón Bolívar
05 outubro 2007
Outro também...
Acreditem: estou me especializando em posts de defuntos! Agora quem morreu foi Oswald Mathias Ungers, uma espécie de Aldo Rossi alemão.
Nascido em 1926, Ungers ficou conhecido por projetos como, por exemplo, o edifício da Feira de Frankfurt - aquela dos livros, sabem? Estudou na Universidade de Karlsruhe com Egon Eiermann (com quem trabalhou Hans Bross - que também merece um livro, ora!). Em 1968, mudou-se para os Estados Unidos, sendo o diretor da Escola de Arquitetura de Cornell de 1969 a 1975. Seu filho, o também arquiteto Simon Ungers (aquele da casa T, lembram?), morreu em 2006.
Ultimamente, Ungers, que tinha 81 anos, estava em baixa depois de levar um pau (aliás, muito merecido) do Alain de Botton. Mas estou cansado de obituários: três seguidos! O que é isso? Até parece que o cara que cuida dos arquitetos lá em cima (ou embaixo...) voltou de férias e resolveu por o trabalho em dia! Mas não vou perder a piada, né? Alguém arrisca quem é o próximo da fila?
Nascido em 1926, Ungers ficou conhecido por projetos como, por exemplo, o edifício da Feira de Frankfurt - aquela dos livros, sabem? Estudou na Universidade de Karlsruhe com Egon Eiermann (com quem trabalhou Hans Bross - que também merece um livro, ora!). Em 1968, mudou-se para os Estados Unidos, sendo o diretor da Escola de Arquitetura de Cornell de 1969 a 1975. Seu filho, o também arquiteto Simon Ungers (aquele da casa T, lembram?), morreu em 2006.
Ultimamente, Ungers, que tinha 81 anos, estava em baixa depois de levar um pau (aliás, muito merecido) do Alain de Botton. Mas estou cansado de obituários: três seguidos! O que é isso? Até parece que o cara que cuida dos arquitetos lá em cima (ou embaixo...) voltou de férias e resolveu por o trabalho em dia! Mas não vou perder a piada, né? Alguém arrisca quem é o próximo da fila?
Marcadores: Alain de Botton, Aldo Rossi, Egon Eiermann, Hans Bross, Obituário, Oswald Mathias Ungers, Simon Ungers
04 outubro 2007
Mais um...
sA bruxa tá solta. Não bastasse o Salmona, agora chega a notícia que Herbert Muschamp morreu.
Muschamp sucedeu Paul Goldberger como crítico de arquitetura do NYT em 1992. Permaneceu no cargo 12 anos até Nicolai Ouroussoff substituí-lo. Atualmente, era colunista da revista T, também do NYT. Veio a São Paulo fazer uma reportagem sobre a casa de Isabella Prata, desenhada pelo Paulinho e tema de um post. E para quem assistiu o documentário de Sydney Pollack sobre Frank Gehry, lembra dos entusiasmados depoimentos do crítico. Morreu aos 59 anos, de câncer.
Muschamp sucedeu Paul Goldberger como crítico de arquitetura do NYT em 1992. Permaneceu no cargo 12 anos até Nicolai Ouroussoff substituí-lo. Atualmente, era colunista da revista T, também do NYT. Veio a São Paulo fazer uma reportagem sobre a casa de Isabella Prata, desenhada pelo Paulinho e tema de um post. E para quem assistiu o documentário de Sydney Pollack sobre Frank Gehry, lembra dos entusiasmados depoimentos do crítico. Morreu aos 59 anos, de câncer.
Marcadores: Frank Gehry, Herbert Muschamp, Mendes da Rocha, Nicolai Ouroussoff, NYT, Obituário, Paul Golberger, Sketches Of Frank Gehry(documentário), Sydney Pollack
Adiós, Salmona!
A notícia vem América do Norte: morreu uma lenda da arquitetura da América Latina. Rogelio Salmona morreu ontem aos 78 anos, em Bogotá, Colômbia.
Nascido em Paris em 1929, Salmona mudou-se com a família para Colômbia com dois anos de idade. Estudou na Universidade Nacional da Colômbia e trabalhou em Paris com Corbusier. Em 1958 voltou para Bogotá onde criou edifícios de tijolos e concreto com influências aztecas. Entre suas obras mais conhecidas, estão o Arquivo Geral, as 'Torres do Parque' e o edifício da pós-graduação de Ciências Humanas da Universidade Nacional da Colômbia. Em 2003, ganhou o prêmio Alvar Aalto. Trabalhou até os últimos dias de vida e morreu de um câncer no cólon contra o qual lutava há anos.
Nascido em Paris em 1929, Salmona mudou-se com a família para Colômbia com dois anos de idade. Estudou na Universidade Nacional da Colômbia e trabalhou em Paris com Corbusier. Em 1958 voltou para Bogotá onde criou edifícios de tijolos e concreto com influências aztecas. Entre suas obras mais conhecidas, estão o Arquivo Geral, as 'Torres do Parque' e o edifício da pós-graduação de Ciências Humanas da Universidade Nacional da Colômbia. Em 2003, ganhou o prêmio Alvar Aalto. Trabalhou até os últimos dias de vida e morreu de um câncer no cólon contra o qual lutava há anos.
Marcadores: Colômbia, Le Corbusier, Obituário, Salmona
Pecados arquitetônicos? (2)
Em relação ao polêmico texto do Wisnik publicado em sua coluna na Folha no dia 24 de setembro - em que o autor comenta a obra de Biselli e Katchborian (assunto de um post), recebi uma carta que circula na internet. Quem me passou pede anonimato - mas posso garantir que é um leitor ilustre deste blog.
A carta foi escrita por Julio Vieira, arquiteto formado no Mackenzie em 1987 e que durante mais de 10 anos foi funcionário da Itauplan. Como profissional assalariado, entre outras coisas, ele desenhou aquela interessante agência do Itaú na Berrini, aquela outra em frente ao Pacaembú, e um edifício na Faria Lima. Hoje, Julinho tem escritório próprio e é professor no Mackenzie. Enviada a redação da Folha, a missiva não foi publicada. Para estimular o debate sobre o tema, publico-a aqui - sem autorização do autor, que, se desejar, tiro-a do ar. Ai vai:
"Carta aberta ao Sr. Guilherme Wisnik
Tendo lido seu texto publicado na Folha de São Paulo (24/09/2007) sobre o recém-lançado livro da dupla de arquitetos paulistas Biselli e Katchborian, em uma coleção intitulada “Arquiteto Contemporâneo Brasileiro” (Ed. Romano Guerra, 2007), com textos de Alessandro Castroviejo e Mario Figueroa, tive a curiosidade inicial de saber o que pensava o autor que, junto com Ana Vaz Milheiro e Ana Luiza Nobre, publicou recentemente (2006) o livro “Coletivo: Arquitetura Contemporânea Paulista”, sobre a produção de seis escritórios paulistanos, todos compostos por ex-alunos da FAUUSP.
Naquela ocasião, ninguém com quem tive a oportunidade de comentar o fato, duvidava da qualidade daquela produção, nem questionava o direito legítimo desses arquitetos de publicarem seus trabalhos, contribuindo assim para a discussão dessa produção contemporânea, ainda em curso. O que as pessoas questionavam, muito justificadamente, era a inadequação do título que, impreciso e generalizador, insinuava ser um recorte na produção contemporânea em São Paulo, quando na verdade sabemos que este não se expandiu além das cercanias da cidade universitária, no Butantã.
Diante deste quadro, não tinha muitas expectativas de um relato entusiasmado da sua parte, uma vez que não somente a produção de Biselli e Katchborian, mas uma vasta produção de boa arquitetura em São Paulo, havia sido ignorada naquela edição.
O que de fato surpreendeu foi a forma descuidada com que o Sr., autor de reconhecido valor, procurou estruturar sua crítica. Por meio de um texto excessivamente superficial e apressado, vago e aparentemente inacabado, o Sr. deixou rastros indisfarçáveis de preconceito e arrogância. Primeiro, ao aludir às declaradas referências projetuais de forma pejorativa e desrespeitosa. Depois, em uma decisão de deliberada má fé, ao eleger como gancho de sua argumentação a referência a Oscar Niemeyer, quando os arquitetos, na verdade, só sutilmente a invocam para justificar certos procedimentos de linguagem, como o texto de Castroviejo bem percebe:
“Nas obras mais recentes, insinua-se uma admiração por Oscar Niemeyer, embora nada em suas obras indique algo próximo de uma postura ou programa de arte que problematize a brasilidade, os regionalismos ou coisas afins.”
É preciso dizer algo mais?
Fica evidente o compromisso de Biselli e Katchborian – e a dupla deixa isso bem claro – com a discussão internacional, esta sim merecedora de maior destaque em qualquer crítica que se possa fazer dessa produção.
Outro ponto curioso em sua argumentação trata da suposta “ambição autoral” dos arquitetos, como se fosse possível e desejável a qualquer pessoa prescindir desse direito legítimo, mesmo quando o discurso possa apontar para uma inconvincente autoria coletiva – o que de fato não acontece de forma estrita nem mesmo com o grupo que consta de sua já referida publicação. Nunca é demais lembrar que Biselli e Katchborian têm em seu currículo a participação freqüente de uma variedade ampla de colaboradores, alguns bem conhecidos de nosso meio.
Me surpreendeu também a forma negativa com que o Sr. se referiu à discussão da pós-modernidade (que o Sr. chamou de moda) reivindicada pelos arquitetos em seus trabalhos inaugurais.
Não vejo necessidade de tentar explicar a importância que essa discussão teve para àqueles que, como eu, se formaram naquela época no Mackenzie, até porque o texto de Castroviejo expõe esse quadro com muita competência. O que causa perplexidade é constatar seu aparente desprezo pela matéria, sendo o Sr. um respeitável crítico de arquitetura contemporânea.
Outro caso flagrante de preconceito se nota ao sugerir o texto uma certa vocação do escritório para se destacar em meio à produção corrente de arquitetura corporativa, cujo valor o Sr. indisfarçavelmente questiona . Pior ainda quando chama de “mero estilismo” aquilo que qualquer arquiteto competente identificaria como valores de uma boa arquitetura. E ainda, num gesto ensaiado de complacência, alude para a destacada habilidade dos arquitetos no agenciamento das operações compositivas, mas adverte:
“Nem toda arquitetura solicita um enorme esforço de justificação teórica”.
Finalizando, o Sr. ensaia timidamente uma argumentação para justificar um problema constatado na transposição dos projetos (muito bem proporcionados e representados pelos desenhos e perspectivas eletrônicas) para as obras construídas, sugerindo uma redução de qualidade nesse processo, explicada em parte pela insuficiência de recursos de nossa tecnologia local. O que parece ser um falso argumento quando se olham com atenção as imagens e fotos que o livro nos expõe. Fotos que resistem a uma aproximação maior da câmera, coisa rara nas publicações mais recentes.
Enfim, o Sr. suprimiu informações fundamentais em sua crítica e deixou um grande vazio no lugar, esquecendo-se de falar, por exemplo, da rica espacialidade dos edifícios e da consistência das propostas plásticas. Da singularidade da investigação proposta por Biselli e Katchborian, sem amarras ideológicas e conceituais, e da grande sensualidade e prazer que advém dessa experiência, não competindo a nós saber de antemão a real contribuição que esta produção legará para a história.
Ou seja, faltou ser honesto. Honestidade que não faltou ao texto de Castroviejo e às inúmeras imagens e desenhos presentes no livro. O que facilita muito o meu trabalho aqui, pois o livro é muito bom e fala por si, sobretudo para aqueles arquitetos que, como eu, gostam de boa arquitetura e dispensam a mediação de qualquer crítico.
Agora, o que dizer a respeito do fato em si? O que o levou a ser tão parcial em suas avaliações?
Bem, talvez este seja um tema para se discutir em algum fórum específico. Tenho motivos para acreditar que a aderência seria ampla e deixo aqui a minha sugestão para um título apropriado:
“Da arquitetura corporativa e da corporativista”
Respeitosamente.
Arqto. Julio Vieira."
A carta foi escrita por Julio Vieira, arquiteto formado no Mackenzie em 1987 e que durante mais de 10 anos foi funcionário da Itauplan. Como profissional assalariado, entre outras coisas, ele desenhou aquela interessante agência do Itaú na Berrini, aquela outra em frente ao Pacaembú, e um edifício na Faria Lima. Hoje, Julinho tem escritório próprio e é professor no Mackenzie. Enviada a redação da Folha, a missiva não foi publicada. Para estimular o debate sobre o tema, publico-a aqui - sem autorização do autor, que, se desejar, tiro-a do ar. Ai vai:
"Carta aberta ao Sr. Guilherme Wisnik
Tendo lido seu texto publicado na Folha de São Paulo (24/09/2007) sobre o recém-lançado livro da dupla de arquitetos paulistas Biselli e Katchborian, em uma coleção intitulada “Arquiteto Contemporâneo Brasileiro” (Ed. Romano Guerra, 2007), com textos de Alessandro Castroviejo e Mario Figueroa, tive a curiosidade inicial de saber o que pensava o autor que, junto com Ana Vaz Milheiro e Ana Luiza Nobre, publicou recentemente (2006) o livro “Coletivo: Arquitetura Contemporânea Paulista”, sobre a produção de seis escritórios paulistanos, todos compostos por ex-alunos da FAUUSP.
Naquela ocasião, ninguém com quem tive a oportunidade de comentar o fato, duvidava da qualidade daquela produção, nem questionava o direito legítimo desses arquitetos de publicarem seus trabalhos, contribuindo assim para a discussão dessa produção contemporânea, ainda em curso. O que as pessoas questionavam, muito justificadamente, era a inadequação do título que, impreciso e generalizador, insinuava ser um recorte na produção contemporânea em São Paulo, quando na verdade sabemos que este não se expandiu além das cercanias da cidade universitária, no Butantã.
Diante deste quadro, não tinha muitas expectativas de um relato entusiasmado da sua parte, uma vez que não somente a produção de Biselli e Katchborian, mas uma vasta produção de boa arquitetura em São Paulo, havia sido ignorada naquela edição.
O que de fato surpreendeu foi a forma descuidada com que o Sr., autor de reconhecido valor, procurou estruturar sua crítica. Por meio de um texto excessivamente superficial e apressado, vago e aparentemente inacabado, o Sr. deixou rastros indisfarçáveis de preconceito e arrogância. Primeiro, ao aludir às declaradas referências projetuais de forma pejorativa e desrespeitosa. Depois, em uma decisão de deliberada má fé, ao eleger como gancho de sua argumentação a referência a Oscar Niemeyer, quando os arquitetos, na verdade, só sutilmente a invocam para justificar certos procedimentos de linguagem, como o texto de Castroviejo bem percebe:
“Nas obras mais recentes, insinua-se uma admiração por Oscar Niemeyer, embora nada em suas obras indique algo próximo de uma postura ou programa de arte que problematize a brasilidade, os regionalismos ou coisas afins.”
É preciso dizer algo mais?
Fica evidente o compromisso de Biselli e Katchborian – e a dupla deixa isso bem claro – com a discussão internacional, esta sim merecedora de maior destaque em qualquer crítica que se possa fazer dessa produção.
Outro ponto curioso em sua argumentação trata da suposta “ambição autoral” dos arquitetos, como se fosse possível e desejável a qualquer pessoa prescindir desse direito legítimo, mesmo quando o discurso possa apontar para uma inconvincente autoria coletiva – o que de fato não acontece de forma estrita nem mesmo com o grupo que consta de sua já referida publicação. Nunca é demais lembrar que Biselli e Katchborian têm em seu currículo a participação freqüente de uma variedade ampla de colaboradores, alguns bem conhecidos de nosso meio.
Me surpreendeu também a forma negativa com que o Sr. se referiu à discussão da pós-modernidade (que o Sr. chamou de moda) reivindicada pelos arquitetos em seus trabalhos inaugurais.
Não vejo necessidade de tentar explicar a importância que essa discussão teve para àqueles que, como eu, se formaram naquela época no Mackenzie, até porque o texto de Castroviejo expõe esse quadro com muita competência. O que causa perplexidade é constatar seu aparente desprezo pela matéria, sendo o Sr. um respeitável crítico de arquitetura contemporânea.
Outro caso flagrante de preconceito se nota ao sugerir o texto uma certa vocação do escritório para se destacar em meio à produção corrente de arquitetura corporativa, cujo valor o Sr. indisfarçavelmente questiona . Pior ainda quando chama de “mero estilismo” aquilo que qualquer arquiteto competente identificaria como valores de uma boa arquitetura. E ainda, num gesto ensaiado de complacência, alude para a destacada habilidade dos arquitetos no agenciamento das operações compositivas, mas adverte:
“Nem toda arquitetura solicita um enorme esforço de justificação teórica”.
Finalizando, o Sr. ensaia timidamente uma argumentação para justificar um problema constatado na transposição dos projetos (muito bem proporcionados e representados pelos desenhos e perspectivas eletrônicas) para as obras construídas, sugerindo uma redução de qualidade nesse processo, explicada em parte pela insuficiência de recursos de nossa tecnologia local. O que parece ser um falso argumento quando se olham com atenção as imagens e fotos que o livro nos expõe. Fotos que resistem a uma aproximação maior da câmera, coisa rara nas publicações mais recentes.
Enfim, o Sr. suprimiu informações fundamentais em sua crítica e deixou um grande vazio no lugar, esquecendo-se de falar, por exemplo, da rica espacialidade dos edifícios e da consistência das propostas plásticas. Da singularidade da investigação proposta por Biselli e Katchborian, sem amarras ideológicas e conceituais, e da grande sensualidade e prazer que advém dessa experiência, não competindo a nós saber de antemão a real contribuição que esta produção legará para a história.
Ou seja, faltou ser honesto. Honestidade que não faltou ao texto de Castroviejo e às inúmeras imagens e desenhos presentes no livro. O que facilita muito o meu trabalho aqui, pois o livro é muito bom e fala por si, sobretudo para aqueles arquitetos que, como eu, gostam de boa arquitetura e dispensam a mediação de qualquer crítico.
Agora, o que dizer a respeito do fato em si? O que o levou a ser tão parcial em suas avaliações?
Bem, talvez este seja um tema para se discutir em algum fórum específico. Tenho motivos para acreditar que a aderência seria ampla e deixo aqui a minha sugestão para um título apropriado:
“Da arquitetura corporativa e da corporativista”
Respeitosamente.
Arqto. Julio Vieira."
Marcadores: Folha, Guilherme Wisnik, Julio Vieira, Mario Biselli, Vitruvius
03 outubro 2007
Onde há fumaça, há fogo
Ontem à noite, um incêndio destruiu um apartamento da Gal. Jardim. "Segundo informações do Corpo de Bombeiros, cinco viaturas trabalharam no local para conter as chamas", escreveu o vc repórter no Terra.
Mas ao que parece, não queimou nenhuma planta baixa, nem maquete, tampouco chamuscou arquiteto algum. Nem um mísero escalímetro foi consumido pelo fogo! Incrível, mas salvaram-se todos...
Mas ao que parece, não queimou nenhuma planta baixa, nem maquete, tampouco chamuscou arquiteto algum. Nem um mísero escalímetro foi consumido pelo fogo! Incrível, mas salvaram-se todos...
Marcadores: Gal. Jardim, incêndio
02 outubro 2007
Aquarelas
E ai: gosta da Lina Bo Bardi e tem um dinheirinho sobrando? Hoje, em São Paulo, serão leiloadas três aquarelas da italiana. Os trabalhos foram realizados para a cenografia do filme
"A Compadecida", dirigido por George Jonas em 1968. O lance inicial para o conjunto é de 30 mil reais. Tá podendo?
Marcadores: leilão, Lina Bo Bardi
01 outubro 2007
Que dia é hoje?
Depois do Dia Mundial Sem Carro e do Dia Mundial do Coração, hoje é o Dia Mundial da Arquitetura. Sem comentários, por favor.
Marcadores: Dia Mundial da Arquitetura