01 outubro 2008

Os demolidores

Em polêmico artigo publicado dia 26 passado no New York Times, o crítico Nicolai Ouroussoff propõe a demolição de prédios em Nova York. Como bom crítico, ele sabe criar uma polêmica. Assim, fez uma lista com 10 prédios, ou seja, os seus candidatos a virarem entulho. Entre eles, estão o Madison Square Garden, as torres de Trump e o Javits Center (de Pei Cobb Freed & Partners).

Olha só: o Alberto anda fazendo escola... Ou quase: é que ele escreveu um artigo sobre o mesmo tema para a revista Morar (da Folha), do mês de setembro. Por coincidência, elas foram publicadas no mesmo dia.

Mas há um ponto de discordância: em linhas gerais, o americano prefere demolir para deixar os espaços vazios ("To be included, buildings must either exhibit a total disregard for their surrounding context or destroy a beloved vista. Removing them would make room for the spirit to breathe again and open up new imaginative possibilities"). Já o brasileiro gostaria de vê-los renovados ("a melhor forma de construir em uma metrópole hoje é, seguramente, demolir. O máximo que puder").

E vocês: querem demolir que obras? E para que?

Marcadores: , , , ,

14 dezembro 2006

Casa Cor de arquitetos?

Esta ficando pronta a casa de Shigeru Ban em Sagaponac, condomínio idealizado por Harry Brown, situado em Hamptons - endinheirada área praiana próxima à Nova York.

A idéia do Sagaponac, pensado com a ajuda de Richard Meier, foi convidar conhecidos arquitetos internacionais - como Zaha Hadid, MVRDV, Richard Rogers e Steven Holl - para desenhar as 35 casas. Todos tiveram carta branca para criar (ou seja, sem cliente), mas dentro de um orçamento limitado (os preços iniciais de venda eram entre 750 mil e 2,5 milhões de dólares). A implantação geral é a mais careta possível, com lotes divididos de forma convencional.

As primeiras a ficarem prontas foram as das irmãs Hariri, a de Henry Cobb (ex-sócio de Pei) e a de Annabelle Selldorf. Além da casa de Ban, estão em execução outras quatro, entre elas a desenhada pelo escritório Smith-Miller+Hawkinson.

Agora, caretinha esta casa do Ban, não?

Marcadores: , , , , , , , , , , ,

11 outubro 2006

O último projeto de Pei?

Filho de um banqueiro pré-comunismo, I. M. Pei nasceu na China em 1917. Em 1935, mudou-se para os Estados Unidos para cursar arquitetura no MIT e em Harvad. E fez carreira lá: em 1948, passou a trabalhar na empresa Webb & Knapp, e dez anos depois, criou seu próprio escritório.

Considerado um dos grande projetistas norte-americanos de sua geração, com a fama internacional, passou a criar edifícios em todo mundo: O Louvre, em Paris; o Bank of China, em Hong Kong; o Overseas Chinese Banking Corporation Centre (OCBC), em Singapura.

Ficou quase 40 anos sem voltar a China: voltou em 1974 junto com uma delegação de arquitetos americanos. Com isso, seu único projeto em seu país natal era o Fragrant Hill Hotel, criado em 1982, cujo resultado o desapontou. “Eu não achava que a China teria futuro. Os jovens não trabalhavam”, relata.

Mesmo com o boom de construções em seu país natal, ele - atualmente com quase 90 anos e já aposentado - ainda não havia projetado nada de novo por lá.

Agora, ele vê realizado seu segundo projeto no país, o Suzhou Museum, objeto de matéria do NYT. Sobre o projeto, ele relata que “nunca havia feito nada parecido”. E continua: “eu usei o cinza e o branco, que são as cores de Suzhou. Mas a forma é moderna.”

Por outro lado, o site da revista Architectural Record anunciou que ele foi chamado para realizar mudanças no Louvre.

A anunciada aposentadoria parece longe. Perguntado pelo NYT se o museu chinês é seu último projeto, ele disse: “eu nunca faço previsões para o futuro. Se você perguntar para minha mulher, ela lhe dirá que é o último. Mas se você perguntar para mim, eu não estou seguro disto. Há sempre mudança na vida.”

Marcadores: ,