01 outubro 2008

Os demolidores

Em polêmico artigo publicado dia 26 passado no New York Times, o crítico Nicolai Ouroussoff propõe a demolição de prédios em Nova York. Como bom crítico, ele sabe criar uma polêmica. Assim, fez uma lista com 10 prédios, ou seja, os seus candidatos a virarem entulho. Entre eles, estão o Madison Square Garden, as torres de Trump e o Javits Center (de Pei Cobb Freed & Partners).

Olha só: o Alberto anda fazendo escola... Ou quase: é que ele escreveu um artigo sobre o mesmo tema para a revista Morar (da Folha), do mês de setembro. Por coincidência, elas foram publicadas no mesmo dia.

Mas há um ponto de discordância: em linhas gerais, o americano prefere demolir para deixar os espaços vazios ("To be included, buildings must either exhibit a total disregard for their surrounding context or destroy a beloved vista. Removing them would make room for the spirit to breathe again and open up new imaginative possibilities"). Já o brasileiro gostaria de vê-los renovados ("a melhor forma de construir em uma metrópole hoje é, seguramente, demolir. O máximo que puder").

E vocês: querem demolir que obras? E para que?

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86 Comments:

Anonymous Anônimo said...

adoro! inclusive eu pratico muito...só não consigo concretizar. o arquiteto contemporâneo deve demolir! construir todo mundo faz, ou fez, retrofit tbem...tá batido, o importante é demolir com responsabilidade. é saber o q faz e onde faz. e sempre após a demolição surge um novo lugar para um novo projeto e é assim q o arquiteto mostra a real capacidade dele. parenteses: só não devemos demolir o patrimonio histórico, ele deve ser bem cuidado, sou super a favor.

6:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Olá Alencastro,e pessoal.

Primeiro, claro, obrigado pela referência. Agora quem sabe alguem comenta algo sobre o texto hehe..

Quanto ao post, iamgino que meu recorte seja mais modesto que o do Ouroussof. Enquanto pretendo demolir os prédios inuteis que poderiam se tornar espaços uteis, ele pretende derrubar os prédios "traumaticamente" feios da cidade.

Temo que se fizessemos isso em São Paulo, voltaríamos a ser considerado como área rural.

Mas prometo elaborar uma lista de demolição, e postá-la aqui.

6:50 PM  
Blogger Alencastro said...

Até que você me deu uma boa idéia, Mave: deveríamos invertar uma profissão que fosse especializada em escolher coisas para demolir. O que acha? Já pensou?

O cara olha e diz: "esse prédio está atrapalhando a paisagem: vai para o chão!". Ou então: "aqui esta faltando uma praça: vamos derrubar o quarteirão!"

7:11 PM  
Blogger Alencastro said...

Listas fazem sempre sucesso, Alberto. Faça a sua!

7:13 PM  
Blogger Alencastro said...

Esqueci, Mave: no post ai em baixo o anónimo fez referência ao seu blog com dorminhoco... Defenda-se!

7:14 PM  
Anonymous Anônimo said...

Só para fazer outro comentário internacional (nem tão internacional assim já que sou brasileiro fazendo mestrado na Europa), na área da antiga Alemanha Oriental algumas cidades resolveram demolir os antigos prédios habitacionais pela simples falta de uso! Com os moradores mais jovens indo morar na parte rica do país, os blocos comunistas ficam abandonados. Em Dessau, terra da Bauhaus, já começaram o processo e a idéia é deixar a natureza tomar conta do sítio após a demolição.

9:26 PM  
Blogger Cristiana Azevedo said...

Olá a todos...
Ai, estava pensando nisso outro dia.. Como carioca demoliria o edifício da Vivo, no fim da praia de Botafogo... como arquiteta sinto que ele é uma ofensa à minha pessoa. Ah, também um ridículo shopping na Barra da Tijuca chamado New York City Center... não... não é só o nome que é ridículo, para vocês terem uma idéia ele tem uma réplica da estátua da Liberdade na entrada!!! Bom, tenho outros que adoraria demolir, mas ainda me sobra um pouco de respeito... mas esses dois... Se vocês não conhecem, vale a pena conferir... dá tristeza!!
Abraços
Cristiana

10:07 PM  
Blogger Cristiana Azevedo said...

Gostar é pouco, simplesmente AMEI o artigo do Alberto...
Um beijo a todos

10:12 PM  
Anonymous Anônimo said...

Alencastro, desta vez não foste perspicaz....a provocação era pro seu blog!

9:02 AM  
Anonymous Anônimo said...

Lista do Alberto...?
Lá se vai quase toda obra do Paulo Mendes, exceto talvez uma certa reforma.
Na Rebouças eu punha abaixo o da PBK. E na Berrini toda década de 80 relacionada ao Bratke.

10:24 AM  
Anonymous Anônimo said...

eu tenho um sonho! queria que um terremoto destruísse são paulo inteira pra poder começar tudo de novo.

12:48 PM  
Blogger Alencastro said...

É Fábio: na maioria das vezes, o espaço vazio é melhor do que o construído...

Pensando neste assunto, me lembrei de uma crônica antiga escrita pelo Inácio de Loyola Brandão. Ela versava justamente sobre isso: de repente, uma construção, na av. Europa, que estava no caminho que ele usava todos os dias (para ir trabalhar na Vogue), foi demolida. Em seu lugar, ao invés de construir algo novo, deixaram o lote gramado: "uma maravilha", ele proclamou.

Contudo, anos depois, o terreno deu lugar a uma loja de decoração...

12:50 PM  
Blogger Alencastro said...

Oi Cristina. O edifício da Vivo realmente é horroroso. Mas não é só da Vivo, são várias empresas: a Vale do Rio Doce foi a principal empreendedora. O nome do negócio é Centro Empresarial Mourisco. As formas e o nome do prédio tem um motivo: havia ali uma construção eclética em estilo árabe construída no início do século passado. O nome era Pavilhão Mourisco (veja uma imagem em http://fotolog.terra.com.br/luizd:110). Em tempos de releituras históricas, o projeto do centro empresarial é um desastre. E o pior: é de um escritório de arquitetura famoso do Rio, o Taulois & Taulois. Pode?

Já sobre o New York City Center, não dá para falar nada, não é? Mas também, está na Barra...

1:14 PM  
Blogger Alencastro said...

Ô Cristiana: comenta lá no blog dele se não ele fica com ciúme...

1:16 PM  
Blogger Alencastro said...

Sim - eu percebi e, lógico, um dia isso acaba. Mas eu aproveitei a oportunidade para atissar a moça.

1:17 PM  
Blogger Alencastro said...

O PBK? É feio mais não trapalha ninguém, coitado. Mas pode derrubar, vai...

E o pobre Bratke? Vai tudo para o chão? Os predinhos da primeira dentição até que não são tão ruins assim. Você sabe que outro dia implodiram um, para construir outro maior e mais moderno, com projeto do Gasperini.

1:21 PM  
Anonymous Anônimo said...

O PBK é uma implicancia minha de infância, nunca gostei. Quanto ao novo prédio do Gasperini ali, tenho muita curiosidade de saber como será, passo sempre ali e... arrãmm... eu tenho um sonho, um sonho de que naquele terreno imenso será construido algo minimamente semelhante ao Centro Brascan do Itaim, mas numa escala maior e com espaços mais amplos. Mas até aí, é sonho mesmo...

2:53 PM  
Anonymous Anônimo said...

Segue minha lista:

1.São Vito
Nem figuração no Ensaio Sobre a Cegueira esse pombal pós apocalíptico conseguiu. Passou da hora.


2. Intituto da Câncer
Em atividade, é o predio mais feio do mundo.

3.Predio Époclético Embargado da Pinheiros
Pior que estar na rota dos aviões (razão do embargo) é estar na rota das nossas vistas

4.WTroço
Precisa esperar ficar pronto? Economizaria nos vitrôzinhos da fachada...

5.Market Place
Esse prédio é 9 na escala Richter de vergonha alheia.

6.Bingo da 23 de Maio
Antes que a moda pegue

7.Memorial da América Chavista
Vazio como o conceito de America Latina.E se quiser levar a Uninove de brinde...

PS: Usei o critério do Ouroussof, que é menos técnico e mais legal.

PS: Se alguém não reconheceu algum prédio, as imagens estão no meu blog

PS: Não, não fico com ciumes - já acostumei a ser pouco visitado...

4:15 PM  
Blogger Cristiana Azevedo said...

Olha, eu como "turista acadêmica" aqui na Argentina derrubaria muuuuita coisa também... ainda mais na minha cidade. Existe um edifício "simpaticamente" chamado de "monumeto ao cimento" que estava desde a época da ditadura militar só na estrutura, como um edifício fantasma... pararam sua construção por falta de "verbas". Umas vigas de cimento super hiper dimensionadas num terreno de + - 500 m². Agora pintou dinheiro... e terminaram de construir para servir de centro cívico. Meu Deus. Não existe nada que eu não suporte mais aqui que ele... toda vez que passo por ele com as milhões de luzes que ficam acesas dia e noite, vejo um símbolo da época militar, além de péssima arquitetura e nada eficiente!!
Alencastro, quanto ao Taulois & Taulois, eles deviam ter vergonha... acontece que grandes empresas almejam esses edífícios, como você mesmo disse. Quanto à releitura do antigo Mourisco... É uma pena não é mesmo?
Um beijo Cristiana

4:28 PM  
Blogger Alencastro said...

Vissotto: é sonho. Ali será construído um prédio comercial comum.

4:28 PM  
Blogger Alencastro said...

Alberto, meus comentários:

1.São Vito: concordo. O Koolhaas até se interessou por fazer um projeto de revitalização, mas acho que ficaria até pior. Mas se preparem: se a Marta voltar...

2. Instituto da Câncer: menos Alberto. O Instituto da Mulher, ali mesmo, é pior...

3.Predio Époclético Embargado da Pinheiros: pode pôr abaixo

4.WTroço: vou esperar ficar pronto; pelo menos acho que ficará melhor que o plano inicial, do Julio Neves...

5.Market Place: é bem feio mesmo. Pode derrubar...

6.Bingo da 23 de Maio: se dependesse de mim, já estava no chão...

7.Memorial da América Chavista: nem me incomoda muito; é tão fora de mão...

4:33 PM  
Blogger Alencastro said...

Esqueci seu comentário, Carlos. Desculpe.

Mas me diga: os arquitetos morreriam no terremoto?

4:36 PM  
Blogger Alencastro said...

Alberto, escrevi meus comentários sem ver as suas imagens. Apressadinho, comi cru - e cometi dois erros.

Em primeiro lugar, pensei no Incor e não no mastodonte lá de cima - na minha cabeça de velho, ainda era o Instituto da Mulher... Como disse, esse pode ir abaixo!

O segundo erro é sobre o WTorre, que eu achei ser o Arquectonica... ex-Julinho... Mas esse ai que você mostrou, em Pinheiros, não acho dos piores não. Tem coisa pior, ali perto mesmo: e aquele esqueleto de metal da rua dos Pinheiros? Credo... E o Sesc Pinheiros? Eca... Esse ai que você citou é um predinho qualquer...

4:44 PM  
Blogger Alencastro said...

Oi Cristina. Esse ai eu não conheço não. Mas você falou, tá falado: deve merecer virar entulho!

Quanto ao Taulois & Taulois, acho que eles não se envergonham, não: já viu algum pai ou mãe achar os filhos feios?

4:47 PM  
Blogger Alencastro said...

Tem comentário que eu lhe chamo de Cristina, em outros, de Cristiana. Desculpe-me, não errarei mais.

4:52 PM  
Anonymous Anônimo said...

posso responder ao post de baixo primeiro?
***anónimo, está claro no meu blog q ele não acabou e sim se transformou em um flickr...
alencastro, esse fds faço questão de fazer uma lista de demolições urbanísticas.

6:51 PM  
Anonymous Anônimo said...

Alencs, mais gente me disse que ali é o Instituto da Mulher; confesso, não sei, e não consegui apurar. é aquele bolo de noiva lá.

Já o Wtroço, é a Wtorre JK, antiga eletropaulo, eu seja, eu que errei a foto. Vou corrigir.

Valeu pelos comentários, agora, aguado sua lista!

7:07 PM  
Blogger Alencastro said...

Faça, Mave.

7:37 PM  
Anonymous Anônimo said...

espero que todos se salvem para poderem ver como a cidade poderia ser melhor e bonita, mais bonita que o Rio (desculpe, Cristina, é que eu acho injusto qdo falam q são paulo é feia pq a natureza é feia aqui. que natureza? o pq do ibirapuera?). se pudesse, ressuscitaria o prestes maia pra processar ele por danos materiais e morais.

7:39 PM  
Blogger Alencastro said...

Começou como Instituto da Mulher - coisa do Pinotti - e acabou com do Câncer. Foi publicado na aU.

Quanto ao WTorre, ah bom...

7:44 PM  
Anonymous Anônimo said...

Perigoso pensar em demolir o bingo da 23 de Maio. Aquele trecho é mal-assombrado, arquitetonicamente falando
Foi ali que existiu uma assombrosa caravela de concreto ( exatamente onde hoje é o hotel, se não estou enganado ).
Nem reunindo todos os especialistas em exorcismos formais conseguiriam limpar os maus fluídos do pedaço.
Demolido o bingo, o que poderia vir a surgir em seu lugar ?

11:58 PM  
Anonymous Anônimo said...

Nossa, eu tenho tantos em mente. Quer um prédio pior do que o Market Place...fala sério!

Eu demoliriao complexo Cidade Jardim. Sei que não acabou ainda, mas com certeza não dá para esperar muita coisa.

8:55 AM  
Blogger Renan said...

Ola Alencastro

Sempre acompanho o seu blog, sinceramente, foi ele que me incentivou a criar o meu, junto com mais 3 amigos, somos todos estudantes de arquitetura. Cheguei até fazer um link do seu blog no nosso. Espero que autorize a deixar lá. E gostaria de aproveitar e fazer um “jabá”: http://zumbisurbanos.blogspot.com
E gostaria de saber se você poderia colocar o link no seu blog.

Atenciosamente

Renan

11:37 AM  
Anonymous Anônimo said...

Nem a mais severa entressafra de bons projetos justifica a publicação desse trambolho em uma revista de arquitetura. Talvez na coluna do Teperman, a título de gozação.

12:14 PM  
Blogger Alencastro said...

Bom, Peri, por pior que for o hotel do Ricardo Julião, ele é melhor do que a caravela, não? Assim, temos uma esperança com o bingo...

12:49 PM  
Blogger Alencastro said...

Sim, Ricardo: vamos convocar todos os arquitetos lúcidos de SP - ou seja, umas 30 pessoas - para ir nesse fim de semana com marretas lá no Cidade Jardim! O que acha?

2:25 PM  
Blogger Alencastro said...

Renan, agradeço o link. Depois prometo visitar seu blog.

2:26 PM  
Blogger Alencastro said...

Vichi, Alberto: acho que já publicaram coisa pior...

2:27 PM  
Blogger Marco Antonio Souza Borges Netto - Marcão said...

Em BH cabe outro blog de demolições.

3:52 PM  
Blogger Marco Antonio Souza Borges Netto - Marcão said...

Ah, demoliria de cara a Igreja Universal na Avenida olegário Maciel, em BH. Esse projeto é igual a outros, como em Salvador.

3:56 PM  
Blogger Alencastro said...

As sedes da Igreja Universal - além de se repetirem - são a Daslu também, já reparou Marco Antônio?

12:23 PM  
Anonymous Anônimo said...

alen e anónimo:
depois de quase 2 anos parado, postei no meu blog a lista das demolições sugeridas por mim.
promessa cumprida, me empenhei esse fds para 'demolir' com classe.
visitem o blog and leave your message.
p.s: desculpa alen, quero roubar um pouco da sua audiência...rs

1:28 PM  
Anonymous Anônimo said...

Demoliria todas aquelas construções do Julio Neves. Bem que ele podia estar embaixo de uma no dia...

Se não der, todos os edifícios de arquitetura tosca padrão mercado imobiliário brasileiro, com nomes que contenham towers, offices, business...

3:39 PM  
Blogger Alencastro said...

Já fui lá, Mave.

4:01 PM  
Blogger Alencastro said...

Pô Luiz: o que você tem contra o Julinho?

4:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

Descobri algum valor nos meus comentários!
Como a vida é cheia de paradoxos, se de um lado mato o Alberto de raiva, de outro dou nova vida a Mave!
Não é pouco!

6:22 PM  
Anonymous Anônimo said...

Pior que os Business, Towers e Offices, são os Condomínios Mondrian, Condomínio Tom Jobim, Condomínio Van Gogh.
Se os primeiros não se pode levar a sério, os segundos se apropriam de uma idéia de qualidade que está anos luz do produto vendido.

7:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ei! Ninguém que demolir a rodoviária abaixo?

7:04 PM  
Anonymous Anônimo said...

Record de comentários, Alencastro ?
Parece que a moçada está mais interessada em demolir do que construir, eh, eh.

7:22 PM  
Blogger Alencastro said...

Cubra-se de glórias, anónimo.

12:22 PM  
Blogger Alencastro said...

O mercado é assim mesmo, Vissotto. Como impedir?

12:23 PM  
Blogger Alencastro said...

Justo agora que ele foi descoberto como ícone arquitetônico?

12:24 PM  
Blogger Alencastro said...

Estamos por um, Peri. Esse meu cometário é o 53°. O post 'as feias que me perdoem' bateu 54.

Mas também, não dá para comparar o interesse por demolições pelo interesse por mulheres. Ou demolir dá tesão?

12:27 PM  
Anonymous Anônimo said...

As IURD foram muito bem lembradas, e o pior é que um monte delas são projetos de Biselli & Katchborian. Por que será que nunca são publicados?

Corredor X

12:51 PM  
Anonymous Anônimo said...

demolir esses insultos construtivos (não dá pra chamá-los de arquitetônicos) tem o doce sabor da vingança!

1:09 PM  
Anonymous Anônimo said...

Seu enrolador, cadê a sua lista?

PS: Anóing, já faz tempo hein?! O que acontece?

1:21 PM  
Blogger Alencastro said...

Quando os autores não querem, caro corredor, as obras não são publicadas. Mas essas que nos referimos - pelo menos eu -, não são do Biselli & Katchborian.

4:35 PM  
Blogger Alencastro said...

Minha lista, Alberto? Eu prometi?

4:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Estava acompanhando de fora, bobo de ver como eventualmente corremos riscos de parecer precipitados, injustos ou impertinentes quando o efeito é de uma turba!
Fiquei imaginando se o rabo do godzilla que vocês alimentaram tanto não esbarraria no prédio do São Luiz.
As vezes o feitiço vira contra...

5:33 PM  
Blogger Alencastro said...

Se depender de mim, anónimo, o Godzilla quase morre de fome. Os comentários aqui nunca passam da profundidade de um pires - isso, graças as minhas respostas telegráficas e desinteressadas. O meu negócio é o humor. Nada mais.

Agora se você quiser profundidade, visite os outros blogs de arquitetura de plantão que estão discutindo este tema - o parede e o do alberto - para você ver do que eles são capazes. Aqui o Godzilla é alimentado com acepipes...

5:51 PM  
Anonymous Anônimo said...

E se ao invés de sair demolindo as coisas, elas tivessem prazo de validade?

Acho que seria menos traumático...por falar em aperitivos, tem vinhos de guarda e aqueles de tomar logo, sem frescuras e no dia a dia.

Para não ser totalmente "do contra", uma das demolições que mais me aliviaram, foi a da minha primeira obra!
Não que fosse tão ruim assim, mas querer que ela durasse pra sempre escancarando minha mediocridade, isto eu não desejava não!

11:56 AM  
Anonymous Anônimo said...

Condomínio Tom Jobim é dose. E o pior é que o pessoal cai nessa, compra o troço, e fica pagando 30 anos um imóvel lixo onde você não coloca uma cama com um guarda-roupa no quarto. Mas tudo bem, porque tem espaço zen, garage band, espaço mulher, pipi-dog(é, inventaram essa também...). Bom, quem entra numa fria dessas tem mais é que assistir jornal nacional, ler veja e se f...mesmo.

12:07 PM  
Blogger Alencastro said...

É, anónimo: a idéia é boa. Poderíamos considerar como critério a qualidade do projeto, tipo nível 1, 2, 3, 4 etc, até 10 - tal como se fosse uma nota.

Assim, uma obra nível 1, seria demolida em 10 anos; uma nível 2, em 20 e assim por diante. As obras mais significativas - tipo nível 10 - poderiam, perto dos 100 anos, adquirir a proeza de viverem eternamente, ou seja, uma espécie de tombamento.

Acho a proposta até ecológica, sustentável: para uma obra nível 1, seriam usados materiais pouco duráveis. Assim, não se usaria material durável em uma obra que não irá permaner muito tempo em pé. Por outro lado, geraria uma porção de empregos. O que acham? O único problema é decidir quem é que julgaria a qualificação da obra.

12:24 PM  
Blogger Alencastro said...

Credo Luiz, quanto ódio no coração! O mundo tem a cara que ele merece ter: existem algumas coisas sofisticadas, criadas para quem que se importa e pode pagar por isso; mas a esmagadora maioria das construções não possui qualidade arquitetônica, pois as pessoas não se importam e/ou não podem pagar por isso. Simples assim.

Se os compradores destes condomínios achassem que eles são tão ruins como você pinta, eles certamente não gastariam toda a poupança comprando uma coisa que eles não acreditam. E creia: quando a pessoa não tem sensibilidade para perceber o que é um bom espaço, certamente ela não será infeliz por viver em um lixo. Tipo, "o que os olhos não vêem, o coração não sente". Ninguém pode desejar aquilo que não conhece.

12:44 PM  
Anonymous Anônimo said...

pois é, alencastro. esse é o problema. as pessoas não conseguem reconhecer o bom e o ruim. E isso não se restringe à arquitetura: eu sempre fico me perguntando o que vai na cabeça de quem passa o domingo assistindo o faustão. E o maior problema é que nossa elite é quer o luxo brega da Daslu e isso é o que vira a padrão de sucesso/beleza/etc. pras demais classes.

1:31 PM  
Anonymous Anônimo said...

Mas arquitetura ruim não é barata não heim...Pode ser que o preço pago pelo projeto seja ruim (o que é quase sempre o que acontece), mas o produto final é caro. E muitas vezes de má qualidade. Qualidade espacial mesmo. Condomínios fechados, anti-urbanismo, três dormitórios em 75m²...Aquela velha história que a gente sempre vê ao andar pelas nossas cidades. Mas num coisa eu concordo: a grande maioria não tá nem aí.

6:10 PM  
Blogger Alencastro said...

Como diria um grande filósofo: "é a vida", Carlos.

6:29 PM  
Blogger Alencastro said...

O cara que mora em um apartamento de 75 m2 com três quartos QUER ter três quatros mais NÃO tem dinheiro para pagar outro com 120 ou 140 metros. Ai não tem jeito: ele vai dorminr no armário...

6:31 PM  
Anonymous Anônimo said...

O poder de compra será sempre principal fator de decisão na hora de desembolsar o dinheiro. Assim como a incorporadora também não pretende gastar dois metros a mais de cabos elétricos se isso não se tornar (dentro da equação deles) financeiramente viável. Não acredito que seja unica e simplesmente uma questão de mal gosto do comprador. Aliás, em tudo que dependa de pôr dinheiro (quando se está curto dele) o valor é que pesa. Eu queria um Audi A3, me contentei com um Fiesta. Fazer o que? vou exigir da Audi que baixem o valor?

8:01 PM  
Blogger Alencastro said...

No fundo é isso, Vissotto: quem manda é o dinheiro - ou você tem ou não tem; em segundo lugar, o desejo. Se você pode pagar só 80 metros e quer três quatros, não vai optar por um de dois.

Ou então, se você quer um Audi A3mas só pode pagar o Fiesta, você opta pelo Fiesta esportorivo, estilo A3... Mas que disse que o subúrbio quer morar em um Calatrava? Eles preferem mesmo é o Gafisa...

12:45 PM  
Anonymous Anônimo said...

o dinheiro é um limitador, é claro. mas a elite não tem esse problema e paga caro, caríssimo, pra ter a Daslu e o resto. Se a elite tivesse valores diferentes, será que a Gafisa não faria diferente (melhor do nosso ponto de vista)? E isso não se refletiria nas demais camadas? na cidade? no país? hein hein hein???
bateu os 70 comentários, alenca!!!

2:02 PM  
Blogger Alencastro said...

Não se pode culpar a zé-lite por tudo: ela é um estrato do mesmo zé-povinho com saldo bancário mais gordo... Só isso.

3:41 PM  
Anonymous Anônimo said...

mmmm concordo em parte. a elite pelo menos deveria assumir uma responsabilidade, já que tem acesso à edução etc etc etc. sabe como é? que nem o paul getty deu rios de dinheiro pra National Gallery e pro British Museum? e assim tem vários exemplos. O Bill Gates... Se nem o Estado e nem a elite endinheirada resolver tomar pra si a resposabilidade, vamos continuar nos queixando do trânsito, da corrupção, da desvalorização do arquiteto e todo o resto que você já sabe.

5:27 PM  
Blogger Alencastro said...

Carlos, sem querer alimentar a sua fome por cometários, você está querendo comparar protestantes com católicos? Ingleses com portugueses? Anglo-saxônicos com latinos? Acho que não dá samba...

5:46 PM  
Anonymous Anônimo said...

comentando seu comentário, Alen.
Você matou a charada, o problema estará sempre no julgamento.

Aos olhos da madame, um cachorro sujo e vira-latas não passa de um bichinho desprezível. Aos olhos das pulgas, um belo lote para implantar uma moradia, casar, ver a criançada crescer em segurança....

1:27 AM  
Blogger Alencastro said...

Tudo é relativo, não anónimo, e depende do ponto de vista...

12:31 PM  
Anonymous Anônimo said...

ah alencastro, você fala da minha fome de comentários mas provoca, né? essa de anglo saxão x latino não cola. ou você acredita que o brasil vai mal pq foi colonizado por portugueses (logo você, né alenca? ó pá!) e a norte-américa vai bem pq foi colonizada por ingleses? ora ora! o q me diz da africa?

12:33 PM  
Blogger Alencastro said...

Não cola, não é? Então, somos o que somos pela intensidade de sol na 'muléstia'?

12:46 PM  
Anonymous Anônimo said...

o brasil foi (ou é) colônica de exploração. o pôbrema começou aí. lá na norte-américa o pessoal foi pra se fixar - tinha os pioneiros q foram pro oeste. foi pra lá muita gente fugindo de perseguição religiosa na Europa (protestantes x católicos). E a revolta do chá (Boston) foi antes da revolução francesa!

8:05 PM  
Anonymous Anônimo said...

não é o que não pode ser...

11:08 AM  
Blogger Alencastro said...

Sei, Carlos: a velha teoria da exploração versus fixação... Mas, e depois?

12:30 PM  
Anonymous Anônimo said...

ainda vivemos o depois. esse é que é o causo! a mentalidade ficou, persiste: vamos ganhar dinheiro e passar férias na europa (ou EUA, preferido hoje em dia, me parece).

12:42 PM  
Blogger Edgar Pereira said...

Nossa, os comentários desse post começaram com demolições e chegaram à colonização da América... Até ia comentar alguns prédios de Curitiba que mereciam ser demolidos (levando-se em conta particularmente o quesito feiura, mas também o fato de abrir espaço para a cidade "respirar"), mas não resisto à tentação de continuar os comentários "civilizatórios"...

De fato, acretito que haja diferenças significativas entre cultura latina e anglo-saxã (e demais "dualismos" tão bem colocados por Alencastro), mas colocar isso como um limitador puro e simples da realidade é mero determinismo. A diferença entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos reside substancialmente num ponto: EDUCAÇÃO. Mas, enfim, o que se pode esperar de um povo que, na última eleição presidencial, rendeu APENAS 2,64% dos votos válidos ao candidato cuja principal bandeira vem a ser justamente a REVOLUÇÃO EDUCACIONAL de que o Brasil precisa.

Bem, não resisti à tentação de elucidar convicções políticas...

Mas, (salto mortal triplo para trás) voltando ao assunto desse post, e para me sentir incluído nos comentários já realizados, de fato, os edifícios da IURD são uma afronta ao bom gosto e ao bom senso... arcos ogivais revestidos com ACM não dá...

6:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Perigosas as generalizações (como sempre). Muitos dos prédios do Bratke na Berrini são bons em diversos aspectos; é claro que depois ele fez muita coisa ruim (com algumas excessões - como aquele prédio no Butantã).
E também, querer derrubar todos os towers, offices e etc acho coisa de adolescente rebelde...Tudo bem, a maioria dos residenciais que o mercado faz atualmente são realmente mediocres, mas mesmo dentro desses ainda há excessões, nos comerciais existem muitas excessões.

Aliás, com esses critérios os Fiestas de voces ficariam de pé?

1:23 AM  
Blogger Antaŭ ol kabei said...

Esta é a postagem da demolição? O Bota-Abaixo contemporâneo não pode deixar escapar o Centro Empresarial Rio e do lado (acho que faz parte do complexo) o Edifício Argentina, na Praia de Botafogo, RJ.

1:21 PM  
Anonymous Anônimo said...

Na verdade, o correto é: Edifício Argentina e Edifício Nove de Julho, uma garagem, que, pelo que parece, formam o Centro Empresarial Rio.

12:26 PM  

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