Bi-campionato
Essa é em primeira-mão para os leitores do Alencastro: Peter Zumthor acaba de ser nomeado ganhador do prêmio Praemium Imperiale. Ele ganhará 15 milhões de yens (cerca de 145 mil dólares). Esta é a 20° edição do prêmio, que é anual e possui ainda as categorias pintura, escultura, música e cinema. Em relação aos países de origem dos arquitetos premiados, esta é a primeira vez que um projetista ganha no ano seguinte ao de outro compatriota (quem levou no ano passado foi a dupla Herzog & de Meuron). Será um sintoma da qualidade recente da produção suíça?
Ainda levando em conta as nacionalidades dos premiados, o país que mais venceu a disputa é o Japão, com quatro prêmios (Tange, Ando, Maki e Taniguchi). Se o Pritzker, que é norte-americano e tem o número absoluto de laureados nascidos nos EUA (oito, contra três do Japão e da Inglaterra, ambos em segundo lugar), por que o imperador japonês faria diferente?
Ainda levando em conta as nacionalidades dos premiados, o país que mais venceu a disputa é o Japão, com quatro prêmios (Tange, Ando, Maki e Taniguchi). Se o Pritzker, que é norte-americano e tem o número absoluto de laureados nascidos nos EUA (oito, contra três do Japão e da Inglaterra, ambos em segundo lugar), por que o imperador japonês faria diferente?
Marcadores: Ando, Herzog de Meuron, Maki, Peter Zumthor, Praemium Imperiale, Pritzker, Tange, Taniguchi
16 Comments:
Ele merece!
Quando o "indiquei" ao Pritzker no seu blog, você falou que ele ainda precisava comer feijão....
Vá te entender de vez em quando!
É daqueles arquitetos cujo domínio/envolvimento/dedicação ao projeto nos impede de imaginá-lo num grande escritório com inúmeras encomendas e filiais em várias cidades. Grandes equipes, egos enormes, custos gigantescos!
Abraço.
Tá vendo. Anything but the Pretzel.
Poxa, mas uma coisa é o Zhmthor ganhar o prêmio, outra o PMR...rs...
É, anónimo; mas também nos impede de imaginar algo maior do que uma joinha... É um bom joalheiro. Nada mais.
Tá certo, Alberto.
Certamente, Ricardo.
Discordo.
Estamos falando de grandes arquitetos. A diferença entre ele e outros grandes escritórios está mais para a quantidade.
Estes grandes escritórios são "bons" para tocar um monte de projetos. Até mesmo por pura necessidade, afinal estas máquinas custam!
Mas cada vez mais se percebe neles uma certa tendencia a superficialidade ou ao maneirismo. Fruto da disperção, diluição da atuação e até mesmo perda da "chama" inicial dos autores.
Sem contar com o desejo dos contratantes: Já pensou na "desgraça" que foi para o Gehry ter que lidar com a expectativa de cada cliente de que ele faça um bilbaozinho pra ele também?
Mas voltando ao assunto, você realmente tem dúvidas da capacidade dele (do escritório) projetar um grande estádio, um importante museu ou um bairro de uma cidade?
Eu não tenho.
Apenas acho que ele não aceitaria (ou conseguirira, vc quem sabe!) fazer um estádio em Pequim, uma universidade em Sidney, um prédio em NY, um museu em Montevidéu....
Se é para escolher, fico com estes joalheiros todos.
Abraço.
O Zumthor é suíço alemão. Ou seja, não tem a menor chance de fazer uma arquitetura pertinente aos problemas do mundo atual. Ele não sabe nem onde é a Africa... E sua arquitetura tem que ser vista como tal: um bom chocolate que não é capaz de matar a fome do mundo.
ok, não gosta dele mesmo! Deixa pra lá, Alencastro.
Mas agora suas palavras são outros quinhentos...se é para colocar a coisa deste jeito, sobrarão menos arquitetos ainda. E quase nenhum deste star system.
Esta forma de atuação não interessa à mídia.
Não me lembro nem mesmo de você (enfant terrible) falar muita coisa a respeito.
Talvez tenhamos tentado tocar levemente no tema em algum post, falando de Bilbao x projetos sociais, mas me lembro de um leitor assíduo bradando em contrário.
A verdade é que se valoriza bem pouco arquitetura social. Nem mesmo aqueles que estão aqui bem pertinho não são citados nunca.
Ok, mas e daí? Vou repetir uma frase que gosto do Koolhaas: A Arquitetura não pode fazer o que a Cultura não faz.
Os problemas do mundo pouco podem ser influenciados pela arquitetura; mesmo onde parece haver mais contato, como na questão da sustentasbilidade ou da habitação social,a arquitetura dá um mero suporte a uma cadeia produtiva infinitamente maior. E olha que o mundo é um grande laboratório habitacional hoje, com idéias interessantíssmas. Mas que precisam de uma conjunção astral muito grande para que efetivamente colabore na solução do problema.
Agora, o desenvovimento da linguagem da arquitetura, ou melhor dizendo, da arquitetura como linguagem traz frutos muito mais positivos; Le Corbusier não salvou uma mísera vida; ao contrário, torrou mundos e fundos a toa; mas estruturou a base estética do que veio a ser produzido depois.
Ninguém que ajude a desenvolver a arquitetura como linguagem, como Zumthor faz muito bem, pode ser menosprezado por não entrar nessa questionável equipe de salvadores do mundo. E como você mesmo já notou - e bem - todo o oba-oba sobre sustentabilidade não agregou ainda nad à arquitetura como linguagem. It's still all about the money.
Gosto sim, anónimo! A ponto de ter um livro autografado... A questão não é gostar ou não gostar, mas sim a pertinência de aceitar as idéias dele.
Quanto ao ponto de que este tipo de atuação não interessa a mídia, estou de pleno acordo. Este é o grande problema de nosso tempo: perpetuam-se imagens inalcançáveis e a periferia fica embasbacada...
Eu notei? Em que post?
Oba oba sobre sustentabilidade não chegará a nada além de uma imagem (e linguagem) high tech de algo que, em linhas gerais, não passa de bom aproveitamento de recursos (note bem) ambientais. Esse bom aproveitamento pode ocorrer desde uma casa de taipa até a ultima obra do Foster, logo não definirá linguagem alguma. Mas que todos, uma hora ou outra, terão que se envolver com isso, isso terão.
Ah, não foi você,desculpe. Foi um cara do prédio aqui ao lado. Mas e então?
Terão nada, Vissotto. Será simplismente incorporado ao todo, assim como a elétrica ou a hidráulica...
Acho que ceis disseram a mesma coisa,não? Que a sustentabilidade vai virar um projeto complementar, e não uma estética...
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