Paz ao espírito (2)
Para os leitores mais antigos do Alencastro, que souberam em primeira mão que Renzo Piano estava ampliado Ronchamp, agora podem conhecer os desenhos, apresentados pelo site The Architect's Newspaper.
Além do centro de visitação (imagem que ilustra o post) - a primeira vista, meio sem graça -, Piano desenhou ainda um núcleo residencial semi-enterrado para as freiras. O projeto já começou a causar polêmica; a Fundação Le Corbusier, por exemplo, levanta dúvidas em relação a proposta.
Marcadores: Le Corbusier, Renzo Piano, Ronchamp, The Architect's Newspaper
14 Comments:
Me enche de preguiça essas coisas. Polêmica?? Sério??? Pra um galpãozinho enterrado desses? Como você mesmo disse, o négocio é sem graça - projetado pra ser sem graça - e atinge o objetivo. Lembrando que Romchamp NÃO é a Capela Sistina, não vejo porque tudo isso tenha que ser assunto, ainda mais "polêmico". Vocês editores...
A complexidade do mundo dá certa preguiça, não Alberto? Lógico que é assunto: uma das obras melhores obras de Corbusier ganhando acréscimo de Piano? Como não?
Por outro lado, poderia dizer também, só para provocar, que a Capela Sistina é que Não é Romchamp!
Agora, só não entendi essa de "vocês editores...". Blogueiro ganhou status de editor?
Alberto, sou um dos arquitetos privilegiados que conhece Ronchamp.
Digo isto porque é meio fora de mão mesmo.
Neguinho vai a europa, vê um monte de coisas, mas pra ver Romchamp precisa estar a fim.
Tem que desviar-se da rota turística, "perder" tempo!
Não defenderei a importância desta grande obra do Corbu, mas darei meu testemunho pessoal:
já visitei inúmeras obras de vários arquitetos, mas esta é das únicas que pude apreciar "desligado" da condição de arquiteto.
Aquele espaço, atmosfera ou sei lá o que é mais forte que a vontade de achar picuinha ou de se deslumbrar com a solução técnica, partido etc.
Como ser arquiteto é justamente uma das nossas maiores limitações (não sei se me compreende!), agradeço a esta obra pelo breve momento de liberdade.
Pode até ser assunto. Mas não é polêmico. Antes de ser um Corbu, Ronchamp é uma capela, há uma dinâmica de uso envolvida. E por isso, está sujeita a adaptações, como todas as outras. Isto posto, a adaptação feita parece a mais parcimoniosa possível (e não a toa é sempre o Renzo Piano a fazer essas cirurgias mais delicadas). Então cadê a polêmica? Cade a complexidade ? A que se deve a comoção?
A crítica arquitetônica aparentemente não acredita em Deus, mas trata seus icones particulares como verdadeiros solos sagrados. Vai entender.
Quanto à provocação, not taken. Realmente, não tem o que comparar.
Por fim: Blogueiro é blogueiro, editor é editor.
Oi anónimo. Valeu o testemunho. Realmente, Ronchamp fica fora de qualquer destino turístico.Só mesmo sendo um tarado para ir até lá...
Mas me diga - tudo bem, você conseguiu se desligar da condição de arquiteto -, mas e a confusão das centenas de freirinhas?
Tá bom, parcimoniosa. Mas existe 'parcimoniosa que contribui' e 'parcimoniosa que atrapalha'. Esta, me parece uma obra 'parcimoniosa sem inspiração'...
Anônimo, não quis mesmo desmerecer Ronchamp. Tem sua importância - e fico muito feliz em saber que é mais bonita pessoamente. Mas quando você não pode enterrar um recinto a 500 metros dela, que ainda por cima viabilizará a continuidade de seu uso (e claro, manutenção) há algo de errado na forma como as coisas estão sendo conduzidas - creio eu, mais pela mídia que pelas freiras.
Alencastro,você como, ops, blogueiro, talvez prefirisse uma obra mais inspirada, porque criaria (aí sim) uma polêmica midiática no estilo Fla-Flu, "encontro de gigantes" and stuff. Apesar de eu achar, na verdade, que viraria aquelas tediosas comparações da Seleção de 70 com a de 2002, or something.
Sendo sem inspiração(sic, discordo em parte), o rebuliço é menor. Mas não muito, thou.
Lógico que eles queriam alguma coisa neutra; os clientes ainda pensaram em Tadao Ando, Glenn Murcutt e Jean Nouvel. Diz o texto que se os dois primeiros estavam longe demais, Nouvel, um francês, rejeitou o projeto pois "só poderia desenahr alguma coisa estilo Jean Nouvel”.
Mas achei muito fraco. As celas das freiras, semi enterradas, tão sem graça; o centro de visitação, duas coberturinhas triangulares... Nesse caso, acho que até o Paulinho fazia melhor...
Melhor? Pode ser mesmo. Certamente faria MAIOR. E poderia ser também do Siza, do Souto de Moura. Ou do Isay. Ou do Kogan.
Mas eu entendi errado? você está dizendo que o projeto é polemico por ser muito tímido??
PS: Ah, entendi. Cê quer o Paulinho pra fazer um parzinho de "brutalistas"? Ah, esses estillos...
O problema não é ser tímido. O problema é ser, pelo que vi no site, ser um 'tímido ruim', boboca. Ou não.
Quanto ao Paulinho, foi só gozação; poderia ter falado "até o Alberto faria melhor..."
Ok. Concordo inclusive que o Piano faria melhor. Não gostei também. mas quando vejo uns projetos low profile desse, e em um contexto desse, tenho certeza que é proposital.
E lembre-se: o deus do piano também está nos detalhes. Estamso ainda nos croquis da coisa.
É isso.
Queria compartilhar o mesmo sentimento do anônimo que descreveu Ronchamp.
Também tive as mesmas impressões e sentimentos ao visitá-la.
Meu modesto comentário é que devemos também encarar um pouco da história arquitetônica que se preserva na França.
É um dos países que a herança "pesa" uma tonelada no processo e deve ter sido muito debatida.
Particularmente acho que a proposta de Renzo Piano é além da conta de "low profile".
Mas, como conhecedor do sitio, gostaria que fosse tombado pelo Patrimonio Històrico (que lá funciona adequadamente) o quanto antes e sem a conclusão deste "anexo".
Que façam algo na pequena vila para as freiras.
Abs
Oi anônimo,
Pelo que me lembro, o projeto de Piano está sendo analisado pelo Patrimônio, ou seja, Ronchamp já é protegida.
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