31 outubro 2006

Mais um para a gaveta...

A novela da ampliação do Whitney Museum of American Art, em Nova York, ganha mais um capítulo. É isso que informa a matéria de hoje do NYT. Há mais de um ano, a instituição briga com a municipalidade para aprovar o projeto de Renzo Piano. Agora, depois de aprovada, a ampliação foi cancelada.

Criado em 1966 por Marcel Breuer (que aparece na imagem que ilustra o post na obra, ao lado de Jack Kennedy), o Whitney já foi objeto de outros projetos de ampliação: em 1985, Michel Graves criou uma proposta e, em 2003, Rem Koolhaas desenvolveu outra.

Ao que parece, o projeto de Piano será abandonado em função do custo da operação (orçada em 200 milhões de dólares) em relação a área de exposição que eles desejam. No projeto do italiano, a área expositiva seria ampliada em 20 mil pés quadrados e a instituição gostariam de atingir 30 mil.

Em contrapartida, há a possibilidade de construção de um satélite do Whitney sob uma via de trêm elevada desativada, dentro do projeto já denominado de High Line. O espaço tem 45 mil pés quadrados.

A Dia Art Fundation, que estava liderando a proposta de ocupação da área sob a linha de trêm anunciou, em outra matéria no NYT (publicada em 25 de outubro), que estaria abandonando o projeto - que seria desenhado por Diller Scofidio em colaboração com o escritório Renfro.

De qualquer forma, o projeto de Piano para o Whitney parece que foi para o vinagre...

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Uma abre, outra fecha...

Enquanto em São Paulo o Instituto Lina Bo e P. M. Bardi anuncia o fechamento da visitação da Casa de Vidro (pois a construção irá ser submetida a uma reforma), fato noticiado pelo Vitruvius, no Rio de Janeiro a Fundação Oscar Niemeyer proclama a abertura pública da Casa da Canoas.

A casa carioca fica na Estrada das Canoas, 2321, São Conrado, e está aberta das 13h às 17h (ter. a sex.); e das 9h às 12h (sáb. e dom.). Os ingressos custam 8 reais. Agendamentos para grupos e horários diferentes devem ser realizados com 72 horas de antecedência.

De fato, com certa sorte, ambas já podiam ser visitadas - mais fácil a morada de Niemeyer do que a de Lina, que era necessário pedir "pelo amor de Deus". Mas agora, a coisa está mais fácil: só não visita a Canoas quem não quiser.

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Mais um!

Ontem à noite, em evento na Sala São Paulo, Paulo Mendes da Rocha ganhou mais um prêmio. Trata-se do Prêmio Bravo! Prime de Cultura, organizado pela publicação cultural da Abril. Os diversos premiados concorreram pelo seu desempenho entre agosto de 2005 e julho de 2006.

Dentre as várias categorias, Mendes da Rocha ganhou a de Personalidade Cultural do Ano, que na edição passada ficou com Charles Cosac. Na revista que chega hoje aos leitores, a matéria sobre o prêmio diz que o projetista"recolocou a arquitetura do país em destaque no cenário mundial ao conquistar o prêmio Pritzker". Se assim fosse, quem merecia o prêmio eram os jurados do Pritzker, não?

Bom, quem sabe a Bravo!, com este prêmio, não melhora a cobertura sobre arquitetura?

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30 outubro 2006

Você não vai?

A revista inglesa Wallpaper* está completando 10 anos de existência. A publicação revolucionou o conceito dos periódicos de moda e comportamento nos anos de 1990. A arquitetura e o design, por exemplo, sempre foram tema da Wallpaper*.

No entanto, longe das garras de seu criador, Tyler Brûlé, a revista vai, aos poucos, perdendo seu brilho. Mas a devoção ao Brasil, em certo ponto recíproca, continua em alta.

A revista elegeu diversos ícones brasileiros como máximo da contemporaneidade, no melhor estilo samba-do-criolo-doido: Baretto 'antigo' ("o mais bonito bar do mundo"), Maksoud Plaza ("o melhor hotel do mundo sem bandeira") etc. Isso sem contar o edifício Bretegne, os jipes Gurgel, a caipirinha, as Havaianas... A elite brasuca agradece, consumindo mais de cinco mil exemplares por mês!

Nesta terça-feira, dia 30, haverá uma festa em comemoração ao aniversário da publicação na MiCasa, loja de móveis paulistana (bem ao estilo da revista), desenhada pelo Triptyque.

O logotipo da revista estará na fachada da loja, como na imagem que ilustra o post. Pelo que dizem, só haverá 'antenados' na festa. Só se fala disso lá no Jardim Ângela...

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O fim de uma revista

A revista Architecture acaba de desaparecer. A capa acima é do último número, de setembro de 2006.

A origem da Architecture, que era uma revista mensal, remonta a 1913. Ela foi criada como Journal Of the American Institute of Architects, sendo editada pelo American Institute of Architecture e permanecendo com este nome até 1928. Neste período, ela publicou as memórias de Louis Sullivan e os primeiros artigos de Lewis Munford.

Depois, ela a publicação ganhou o nome de The Octagon (1928-43) e Journal of the AIA (1943-57). Em seguida, ganhou o nome de AIA Journal (1957-83).

Então, com o nome de Architecture, ela surge em 1983, para agora desaparecer novamente. A nova empresa proprietária, Hanley Wood - empresa sediada em Washington, DC -, resolveu modificar o conteúdo da revista e mudar de nome.

Agora, ela foi rebatizada como Architect, cujo primeiro número circula em novembro. Segundo informa o site da nova publicação, ela será focada na prática profissional. É ver para crer; as primeiras notícias, não são animadoras...

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27 outubro 2006

"and the winner is..."

Para a próxima edição, o Pritzker terá três novos membros no júri: Shigeru Ban, Toshiko Mori (autora da casa que ilustra o post) e Renzo Piano. Os três se juntam a Lord Peter Palumbo, Balkrishna Vithaldas Doshi, Rolf Fehlbaum, Carlos Jimenez, Victoria Newhouse e Karen Stein. Frank Gehry, que julgou a edição passada, não integra mais o elenco.

Com dois arquitetos de origem nipônica, será que teremos um prêmio japonês? O último prêmio para o Japão foi em 1995, para Tadao Ando (além dele, ganharam Kenzo Tange, em 1987, e Fumihiko Maki, em 1993). E com três mulheres, será que a grande candidata é Kazuyo Sejima? A única que ganhou até agora foi Zaha Hadid, em 2004. Bom, saberemos só em abril...

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26 outubro 2006

Quem dá mais? (3)

É um pássaro? É um avião? Não, é uma foto de Hiroshi Sugimoto.

Nascido em Tóquio em 1948, Sugimoto estudou fotografia em Los Angeles. Atualmente, divide seu tempo entre o Tóquio e Nova York. Possui uma série de fotografias que tem como tema a arquitetura, tal como a que irá a leilão.

"Sugimoto viajou por todo mundo para fotografar marcos da arquitetura moderna - não para documentá-la, mas para expor sua solidez, sua capacidade evocativa e sua presença enigmática", relatou Aaron Betsky, que organizou em 2000 uma exposição do fotografo nipo-americano quando era curador de arquitetura do MOMA de São Francisco.

A foto acima, entitulada United Nations (1997) - e que foi exibida por Betsky -, possui 58.5 por 47 centímetros e irá a leilão, dia 14 de novembro, na Christie's. Interessou-se? As estimativas de preço são entre 10 e 15 mil pounds, ou seja, entre 41.700,00 e 62.550,00 reais. Acho que o Nelson Kon precisa atualizar sua tabela...

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25 outubro 2006

Aniversário em grande estilo?


Paulo Mendes da Rocha faz hoje 79 anos. Deve estar comemorando em Nova York, pois ontem deu uma palestra as 6:30 da tarde na Cooper Union (na foto que ilustra o post, o Grand Hall, local da apresentação), na 7th Street.

Será que ele vai comemorar no Four Seasons brindando com um Bordeaux grand cru ou vai num pé-prá-fora e pedir um Gallo baratinho?

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24 outubro 2006

Será que é o mesmo lugar?

"De onde dá para se ir, no Arpoador, aquele edifício pó de pedra, era o único que driblava o gabarito de quatro andares (isso, como tudo mais, nunca ficou claro), até a subida da Niemeyer, é uma jaula só. Pobres ricos, pobres elite, pobres classes dominantes: tudo vivendo atrás de grades, guardadas por nordestinos incompetentes com calsa azul-marinho e camisa branca puídas. Vizualizo as classes abastecidas, à noite, uivando em seu cativeiro. Os porteiros fingindo não ouvir, afiando suas peixeiras.

Teve o muro de Berlim, há a menos divulgada muralha erguida por Israel e a ainda invisível Barreira da Orla Marítima Carioca."

Esse é um fragmento do texto Eu conheço esse cara, de Ivan Lessa, na revista piauí, n°1, uma das melhores coisas do mais aguardado lançamento editorial do ano. O texto é um retrato preciso, tipo "olhar estrangeiro", só que mais cruel pois foi realizado por um ex-nativo, depois de 28 anos (seis meses e sete dias!) vivendo em Londres. Muito diferente da visão inglesa oba-oba, 'caipirinha mais liberdades sexuais', da Wallpaper (cuja capa de junho de 2006 ilustra o post).

A piauí, inspirada na The New Yorker, promete, para os próximos números, uma seção chamada Urbanismo e Arquitetura. No site, eles explicam que a seção tratará do " que ocorre de novo (de intrigante, de inteligente, de boçal, de curioso, de mistificador) nas paisagens das metrópoles brasileiras."

Na fonte inspiradora da piauí, o tema sempre foi tratado com qualidade. Lá, a seção chama-se The Sky Line, que já foi assinada por Lewis Munford, e hoje é de responsabilidade de Paul Goldberger, ex-crítico do NYT. Bom, mesmo que de raspão, o início com Lessa é muito bom. Enquanto eles não inauguram a seção, mais um trecho de Eu conheço esse cara:

"Mais uma vez, antes de me mandar, peço para ver os edifícios de nossa orla marítima. Quero guardar na retina e nos ouvidos o doudo vernáculo arquitetônico, por trás das grades, deblaterando em suas jaulas, falando em línguas. O preciso equivalente à menina do Exorcista, quando tomada pelo demônio Pazuzu. Edifícios que dão uma volta de 360° na cabeça, viram os olhos para dentro, ficam verdes, e vomitam na cara dos turistas."

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"Me leve a seu líder"

Frank Gehry acaba de ser eleito uma das maiores lideranças dos Estados Unidos, integrando, juntamente com outras 17 personalidades, a lista do America's Best Leaders de 2006. Além de Gehry, compõe o grupo, entre outros, comandantes das forças armadas (Admiral Thad Allen), CEOs (A.G. Lafley, da Procter & Gamble, ou Warren Buffett, da Berkshire Hathaway) e artistas (Wynton Marsalis).

A escolha, anual, é organizada pela publicação U.S. News e pela Harvard University's Center for Public Leadership.

Este fato é uma prova da identificação da arquitetura de Gehry, canadense de nascimento, com a alma norte-americana. Ou não é?

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23 outubro 2006

Arquitetura partida

Definitivamente, e ao contrário do que pensa o editor do caderno, a coluna do Guilherme Wisnik na Folha não tem como foco principal a arquitetura.

E nem o próprio é responsável pelas pautas sobre o tema no jornal, como eu imaginava pois, depois que iniciou a coluna, fez uma entrevista com Mendes da Rocha e outra com Kate Nesbitt que organizou o livro Uma nova agenda para a arquitetura - Antologia teórica (1965-1995). Sem querer pergar no pé, de novo a pauta wisnikiana preferida: Mendes da Rocha e Cosac Naify! Por que será? Sei lá, pergunte a ele!

Bom, mas a prova que a arquitetura na Ilustrada é terra de ninguém é o jornal de hoje: a capa do caderno cultural é ocupada por uma matéria com Richard Burdett, curador da Bienal de Arquitetura de Veneza (aliás, entrevista na íntegra é melhor que o texto editado). Quem assina a reportagem é Raul Juste Lores. E o Wisnik? Não tem nada de inteligente a dizer sobre o tema? (a versão impressa é ilustrada com uma foto de São Paulo, cuja legenda "Torres da av. Paulista vistas a partir de terraço no Itaim Bibi" está errada. A imagem é a clássica visão do Edifício Itália/Copan em direção a Paulista).

Bom, a coluna dele de hoje é sobre Gordon Matta-Clark (1943-1978), artista, norte-americano, que "mais perto dialogou com a arquitetura", nas palavras do escriba. Tudo bem, o cara tá na bienal e possui um trabalho com alguma relação com a área (a obra que ilustra o post é dele), mas o colunista é craque em se esquivar do assunto. Aliás, até o nome da coluna dele já mudou: iniciada como Forma & Espaço, logo passou a ser uma "coluna do Wisnik".

É, todo mundo sonha em ser Paulo Francis. Mas a maioria vira Barbara Gancia!

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Cinema & Arquitetura (2)

Em seu artigo Construcciones de película, publicado no sábado (21.10) no El Pais, Luis Fernández-Galiano traça relações entre arquitetura e cinema, com destaque para o documentário de Sydney Pollack, sobre Gehry, e Building the Gherkin, sobre Noman Foster (dirigido pela suíça Mirjam von Arx).

No trecho sobre o filme norte-americano (em exibição na Mostra de Internacional de Cinema de São Paulo, veja post anterior), Galiano relata:

"Em Esboços para Frank Gehry, o diretor de Hollywood desenha seu amigo arquiteto com os traços hiperbólicos de gênio, tanto nas relaxadas conversas entre os dois como nas numerosas entrevistas com clientes empresários ou colegas artistas, o veterano mestre de Los Angeles aparece como uma criança brincalhona e sábia que produz beleza com espontaneidade distraída, por mais que assegure necessitar sofrer, porque "quando sai demasiadamente fácil é que está mal".

Já viram o documentário no final de semana? Não encontrei ninguém na fila!

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20 outubro 2006

Cinema & Arquitetura



Outra da programação cultural de São Paulo: começou a 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Entre as atrações, dois documentários ligados a arquitetura: Esboços para Frank Gehry (dirigido por Sydney Pollack, EUA, 2005, 83 min.) e Oscar Niemeyer, a vida é um sopro (dirigido por Fabiano Maciel, Brasil, 2006, 90 min.).

O documentário sobre Gehry passa:
Dia 20, às 12h30, no Frei Caneca Unibanco Artiplex 3;
Dia 23, às 22h10, no Frei Caneca Unibanco Artiplex 1;
Dia 24, às 15h50, no Espaço Unibanco 1;
Dia 31, às 21h10, no Reserva Cultural 2;
Dia 2, às 18h30, no Frei Caneca Unibanco Artiplex 1;


Já o sobre Niemeyer será apresentado:
Dia 22, às 20h30, no Cinesesc;
Dia 23, às 18h10, no Frei Caneca Unibanco Artiplex 3;
Dia 28, às 19h20, no Espaço Unibanco 3;
Dia 29, às 14h, no Cine Bombril 2;


Encontro vocês na fila: sou aquele de camisa preta e pipoca na mão. Quem me reconhecer, ganha o ingresso!

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19 outubro 2006

Via de mão única


Você acha que a arquitetura em São Paulo se relaciona de algum modo com as indiossicrasias das pessoas?
Sim. A arquitetura é totalmente a produção da sociadade.

A arquitetura está presente na 27ª Bienal de São Paulo - cujo tema é Como viver junto - não é só na resposta de Yoshiharu Tsukamoto e Momoyo Kaijima presente em uma das mini-entrevista do catálogo-guia. Os dois artistas japoneses compõe o Atelier Bow-Wow e são os autores da obra, não presente na bienal, ilustra o post.

Dezenas de outros trabalhos, como, por exemplo, o de Bregtje van der Haak, de Brendon Wilkinson ou de Dan Grahan, também estão relacionados ao tema. Pena que a relação entre as artes plásticas e a arquitetura tornou-se uma via de mão única: só os artistas é que se inspiram na arquitetura; na mão oposta, a pista está vazia.

Portanto, para os que gostam do tema, a visita a mostra é (quase) obrigatória.

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Quem dá mais?(2)

Ícone do modernismo californiano, a Case Study House #21, criada por Pierre Koenig, irá a leilão. Construída em 1958 nas colinas de Los Angeles, ela foi cenário da famosa foto em que Julius Shulman usou o próprio arquiteto como modelo. Para o catálogo de venda (que também está a venda por 40 dólares), foram realizadas novas fotos de Shulman e de mais sete fotógrafos.

Quem vende o próprio lar é Mark Haddawy, dono de uma loja de roupas. Ele morou na residência por quatro anos em companhia de sua namorada, Nora Zehetner, atriz de cinema que atuou em A ponta de um crime (Brick, 2005) e American Pie 2 (2001).

Além da casa, também serão vendidos os móveis originais, em lotes separados. O motivo da venda: o tamanho da casa, que tem apenas dois dormitórios e menos de 120 metros quadrados. O casal já está instalado em outra casa criada em 1956 por John Lautner.

O leilão está marcado para dia 3 de dezembro. As estimativas? De 2,5 a 3,5 milhões de dólares...

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18 outubro 2006

Chapéu de sol

Sombra! Foi este o resultado do trabalho de um grupo de estudantes da Architectural Association (AA), de Londres, que foram ao Recife para fazer um workshop.

Omid Kamvari, Asif Amir Khan e Pavlos Sideris estiveram no Brasil em abril e desenvolveram o trabalho junto com André Moraes, Cynthia Pereira e Adryana Rozendo, estudantes da Universidade Federal de Pernambuco.

O trabalho consiste em tendas que cobrem a rua São José, na favela do Pilar, e foi publicado no site da Domus. A montagem durou apenas quatro horas, sem mão de obra especializada e custou menos de 300 reais. Segundo o texto da Domus, "surpreendentemente, o projeto foi bem aceito pela população que não apenas usa o espaço mas também mantém a estrutura, fazendo os reparos necessários".

Os autores querem agora montar um kit de auto-construção para que os próprios moradores possam construir outras...sombras. Legal, não?

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17 outubro 2006

Dito e feito

Eu acho que ele não vem
Ele não vem não
Mas será que virá...

Esta é em primeira mão, nem o site da aU ainda dá como oficial, mas Fuksas não vêm! Parece que (re)confirmou para dia 6 de dezembro... E como fica a cara da aU, que estava anunciando o evento em páginas do Estadão?

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Arquiteto de reforma?

"Não quero ficar marcado como um arquiteto de reformas", afirmou certo dia Paulo Mendes da Rocha. No entanto, parece que não é o que os astros desejam...Por ironia da vida, a foto que a Fundação Pritzker distribuiu mundo a fora, ele aparece em meio a uma...reforma!

Depois do sucesso da Pinacoteca, é difícil eliminar este estigma: veio o MNBA, a Museu da Língua Portuguesa, o Sesc 24 de Maio, o projeto em BH etc.

Nesta semana, anunciaram no Rio de Janeiro mais uma 'reforminha' do paulista-capixaba, que já trabalha no projeto há alguns meses. Trata-se da Casa Darus, um braço local da Darus Latinoamerica, considerada uma das mais completas coleções de arte latinoamericana da Europa, com sede em Zurique, Suíça.

O objetivo é expor tal coleção no Rio.

O espaço, escolhido com um empurrão do Pritzker, é uma construção de 1866, com 12 mil metros quadrados, localizado em Botafogo (foto do post). O espaço já sediou o orfanarto da Santa Casa de Misericórdia e uma escola particular.

Será seu segundo projeto no Rio: o primeiro é uma escola de cinema inacabada. A Casa Darus deve ficar pronta em 2008.

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16 outubro 2006

Será que ele vêm?

Organizado pela revista AU, o Seminário Arquitetura e a Criação de Marcos Urbanos terá como estrela maior o italiano Massimiliano Fuksas. Além dele, estão confirmadas as presenças de Marcelo Ferraz e Mario Biselli.

E por falar em Biselli, ele fazia parte da organização que tentou trazer, em 1999, o italiano para o Brasil, em evento da Faculdade Belas Artes. Na última hora, ele não veio: exigiu uma passagem de primeira classe também para a mulher dele...

O evento, até segunda ordem, está programado para o dia 23 de outubro, a partir das 14h, no Hotel Renaissance (Alameda Jaú, 1620), em São Paulo. Inscrições pelo telefone (11) 3352-7501 ou pelo e-mail encontroau@pini.com.br .

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Oliveira o quê?

Depois de ser publicada na capa da revista Projeto (edição 317, julho de 2006), uma casa no interior de São Paulo ilustra agora as páginas da Domus (edição 896, outubro de 2006).

Trata-se de uma façanha e tanto, ainda mais para um iniciante. O autor da proeza é Eduardo de Oliveira Rosa, que, informa a Projeto, formou-se na "FAU/USP em 1995 e concluiu mestrado pela faculdade Bartlett, de Londres, em 1997, quando passou a atuar como arquiteto autônomo na capital inglesa. É professor de projeto na mesma instituição desde 1998. Tem projetos construídos na Inglaterra e em outros países da Europa".

Os textos divergem bastante; julgo o italiano melhor. As fotos, no entanto, são as mesmas, tiradas por Leonardo Finotti.

Oliveira Rosa, apesar de ter se formado aonde se formou, parece que resistiu aos encantos da escola paulista. No primeiro momento, isso é o que é interessante no projeto: ele foge das nossa muletas projetuais...

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11 outubro 2006

O último projeto de Pei?

Filho de um banqueiro pré-comunismo, I. M. Pei nasceu na China em 1917. Em 1935, mudou-se para os Estados Unidos para cursar arquitetura no MIT e em Harvad. E fez carreira lá: em 1948, passou a trabalhar na empresa Webb & Knapp, e dez anos depois, criou seu próprio escritório.

Considerado um dos grande projetistas norte-americanos de sua geração, com a fama internacional, passou a criar edifícios em todo mundo: O Louvre, em Paris; o Bank of China, em Hong Kong; o Overseas Chinese Banking Corporation Centre (OCBC), em Singapura.

Ficou quase 40 anos sem voltar a China: voltou em 1974 junto com uma delegação de arquitetos americanos. Com isso, seu único projeto em seu país natal era o Fragrant Hill Hotel, criado em 1982, cujo resultado o desapontou. “Eu não achava que a China teria futuro. Os jovens não trabalhavam”, relata.

Mesmo com o boom de construções em seu país natal, ele - atualmente com quase 90 anos e já aposentado - ainda não havia projetado nada de novo por lá.

Agora, ele vê realizado seu segundo projeto no país, o Suzhou Museum, objeto de matéria do NYT. Sobre o projeto, ele relata que “nunca havia feito nada parecido”. E continua: “eu usei o cinza e o branco, que são as cores de Suzhou. Mas a forma é moderna.”

Por outro lado, o site da revista Architectural Record anunciou que ele foi chamado para realizar mudanças no Louvre.

A anunciada aposentadoria parece longe. Perguntado pelo NYT se o museu chinês é seu último projeto, ele disse: “eu nunca faço previsões para o futuro. Se você perguntar para minha mulher, ela lhe dirá que é o último. Mas se você perguntar para mim, eu não estou seguro disto. Há sempre mudança na vida.”

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10 outubro 2006

Queda

Manchete: Niemeyer cai no tapete de casa e é operado no quadril.

Perguntar não ofende 1: a arquitetura brasileira perde seu rebolado?
Perguntar não ofende 2: quem puxou o tapete?

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Golpe acusado

Esta é em primeira mão. Depois de ter se consagrado realizando uma porção de obras burguesas - clubes de elites, casas para ricos 'esclarecidos', lojas da moda, galerias de arte de gente bacana, igreja de mentirinha - e ter ganho obras públicas por licitação, o governo do estado de São Paulo dá o primeiro sinal que acusou o golpe pós-Pritzker.

Paulo Mendes da Rocha foi convidado ontem a projetar uma escola pública para o FDE. Disse que "é tudo que queria". Vamos ver se aguenta receber os honorários do Estado...

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09 outubro 2006

Globalização da favela


Amanhã será lançado em São Paulo o livro Planeta Favela, Mike Davis. O autor, ex-caminhoneiro e marxista, já era conhecido do público brasileiro desde Cidade de Quartzo, livro sobre Los Angeles (também estão disponíveis em português, Ecologia do Medo e Holocaustos Coloniais).

A edição brasileira, editada pela Boitempo, traz também um texto de Erminia Maricato. O lançamento, que será acompanhado de debate entre Maricato, Francisco de Oliveira e Luis César de Queiroz Ribeiro, acontecerá na FAU/Maranhão (rua Maranhão, 88).

Se não fosse tão pessimista, Davis, que reedita a luta de classe através de sua espacialização - favelas versus condomínios fechados/parque temáticos -, teria todos os ingredientes para ser endeusado pela esquerda arquitetônica tupiniquim.

Em junho, por exemplo, o Vivercidades já havia destacado o livro e indicado um blog com uma entrevista com Davis. E hoje o livro foi hoje tema (mais uma vez!) da coluna de Wisnik na Folha (disponível só para assinantes do jornal ou do UOL). "Também em contraposição a Davis, poderíamos lembrar de Milton Santos, para quem as áreas pobres, dada a "lentidão" e a "opacidade" dos seus territórios, são os lugares da "redenção possível" no mundo contemporâneo", escreveu o articulista do jornal paulista.

Parece que os uspianos acreditam na redenção da favela...

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05 outubro 2006

Dupla dinâmica de ouro

A medalha de ouro do Riba, aprovada pessoalmente pela rainha da Inglaterra, acaba de ser anunciada: este ano o prêmio vai para a dupla de Bassel, Herzog & de Meuron.

Depois de terem conseguido fazer com que a conservadora diretoria da Roche aprovasse o projeto da nova sede da empresa (situada na mesma cidade da batcaverna), Herzog & de Meuron andavam desenvolvendo o projeto de um novo museu em Miami.

Isso por que, depois de dirigir a seção de arquitetura do Moma por vários anos e, sobretudo, acompanhar a ampliação do referido museu, Terence Riley foi contratado pelo Miami Art Museum para desempenhar o mesmo papel. Pois bem: ele acaba de escolher a duplinha de Bassel para ampliar o espaço da Flórida, situada em Biscayne Bay. Inicialmente, a construção está orçada em 208 milhões de dólares e a previsão é estar pronto em 2010. A escolha não foi fácil: o comitê avaliou 75 arquitetos e visitou 25 museus em cinco países.

A medalha inglesa será dada em 21 de fevereiro próximo. O difícil é saber como trabalha um escritório como este: toda semana anunciam um novo projeto...

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04 outubro 2006

"Uma nuvem de vidro"


Continuando nos temas dos posts anteriores - que traçou relações entre arquitetura, jóias e moda - saiu hoje uma matéria no NYT sobre o novo centro de artes a ser criado pela Louis Vuitton.

O espaço, ilustrado acima, foi criado por Frank Gehry, que, além de ser personagem dos Simpsons, já fez incursões no mundo da moda criando peças para a Tiffany (para quem interessar, já disponíveis no Brasil!).

Pelo que nos informa o texto do NYT, a nova fundação cultural da LV (não confundir com a extinta marca de moda sertaneja da Lúcia Veríssimo!) será construída em Paris.

Segundo os planos da companhia, anunciados ontem, a previsão é gastar 127 milhões de dólares e abrir o espaço entre o final de 2009 e início da 2010. O centro de artes contará com um acervo próprio e também abrigará mostras temporárias. “Nós queremos juntar permanência e modernidade extrema”, disse Bernard Arnault, chairman da Louis Vuitton.

A novidade do projeto é o revestimento de vidro. “A idéia é uma nuvem feita de vidro. Os franceses são famosos pelo trabalho em vidro, por isso o projeto é estimulante. Isso é difícil de realizar em arquitetura, mas nós vamos fazer", relatou Gehry.

A pergunta que não quer calar: quando é que o Paulo Mendes da Rocha vai entrar nessa? Só se fala nisso no morro Dona Marta.

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03 outubro 2006

Joalheria do IAB



Está é em primeira mão: depois de destruir a rodoviária de Paulo Mendes da Rocha e de construir uma nova obra de Niemeyer, Goiânia será acusada de um novo marco negativo na arquitetura brasileira: será lá que, no próximo dia 11 de outubro Ruy Ohtake receberá, por "sua contribuição à arquitetura brasileira", o Colar de Ouro, maior condecoração do Instituto de Arquitetos do Brasil.

O colar foi criado em 1967, pelo então presidente do IAB Fábio Penteado. E diz a regra: "pelos Estatutos do IAB, somente os ex-presidentes do IAB, sócios honorários e titulares com mais de vinte anos de vida profissional, sócios beneméritos e sócios titulares premiados em concursos públicos ou que tenham realizado obra notável, a juízo do Conselho Superior, terão direito a usar o Colar do Instituto de Arquitetos do Brasil"

Entre os que receberam a comenda, o maior número é de arquitetos, com 21 colares (Affonso Eduardo Reidy, Carlos Bratke, Gian Carlo Gasperini Eduardo Corona, Vilanova Artigas, Lelé, Joaquim Guedes, Jorge Machado Moreira, José Zanine Caldas, Lucio Costa, Marcos Konder Netto, Maurício Roberto, Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha, Pedro Paulo de Mello Saraiva, Roberto Burle Marx, Sérgio Bernardes, Severiano Mário Porto, Oswaldo Corrêa Gonçalves e Pasqualino Romano Magnavita).

Em segundo lugar, estão os ex-presidentes do IAB, com oito colares (Ary Garcia Rosa, Carlos Fayet, Demétrio Ribeiro, Eduardo Kneese de Mello, Fábio Penteado, Ícaro de Castro Mello, Miguel Pereira e Paulo Antunes Ribeiro).

Depois vem os políticos, com três comendas (Juscelino Kubitschek de Oliveira, Mário Covas e Roberto Pompeu de Souza Brasil), e, por fim, empatados com dois destaque cada, os políticos-arquitetos (Dirceu Carneiro e Jayme Lerner), e os agitadores culturais (Francisco Matarazzo Sobrinho e Pietro Maria Bardi).

Ohtake, portanto, é o 36° a receber tal colar. O acontecimento será na abertura do Congresso, no Centro Cultural Oscar Niemeyer.

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Arquitetura e consumo

O humor e a ironia sempre foram ótimos instrumentos de crítica. Por isso, a mais contundente crítica as opções arquitetônicas da elite paulistana foi realizada por um grupo de estudantes de arquitetura, que já foi falado em outros blogs (como o Movme, por exemplo) e sites, como o Vitruvius.

Eles realizaram um concurso de idéias para interligar a Daslu e o conjunto Parque Cidade Jardim (que inclui prédios de apartamentos e centro de compras).

O resultado da disputa, que conta com 33 concorrentes (todos anônimos), só sai amanhã. Não faço parte do júri (que também não é identificado), mas meus preferidos são os concorrentes n°15 (Fogacabueloni) e n°26 (Guccissimo, que ilustra o post).

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02 outubro 2006

Política e arquitetura

Roberto Segre ataca de novo: o suplemento Babélia, do El País de sábado, publicou um texto dele relacionando política e arquitetura.

No trecho mais instigante do artigo, Segre relata:

"De allí que a pesar de la avalancha de denuncias de corrupción sobre los políticos del Partido de los Trabajadores, el presidente Lula sigue firme en la carrera electoral y en su casi segura reelección. Ello se justifica en el apoyo de la población de escasos recursos -y de los intelectuales, entre los que se cuentan los dos arquitectos ganadores del Premio Pritzker, Óscar Niemeyer y Paulo Mendes da Rocha-, identificados con la figura de un mandatario de extracción obrera"

No curto texto, ele cita ainda políticos (Getúlio Vargas, Fernando Collor, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Roberto Silveira, Leonel Brizola, César Maia, Aécio Neves, José Serra, Marta Suplicy e Mario Covas), arquitetos (Lucio Costa, Jean Nouvel, Christian de Portzamparc, Igor Vetyemy, Ciro Pirondi, Mario Biselli, Brasil Arquitectura, Decio Tozzi, Rafael Perrone, Nelson Dupré, Pedro Paulo de Melo Saraiva, Barbosa e Corbucci, Ruy Ohtake e Héctor Vigliecca) e políticos-arquitetos (Jaime Lerner e Luiz Paulo Conde).

Sobram também farpas para a festa esportiva do próximo ano: "resultan lamentables los diseños de las obras de los Juegos Panamericanos de 2007".

Enquanto isso, nossos jornais nem se atinam para o tema...

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